Ana Thaís Matos fala do desafio de ser a voz feminina no futebol na Globo

A jornalista fala sobre os desafios e as conquistas de sua carreira, espaço dominado pelos homens

Leo Filho
Leo Filho

Ana Thaís Matos é pioneira no jornalismo esportivo brasileiro. Ela foi a primeira mulher a comentar jogos de futebol na TV Globo, e já participou de três Copas do Mundo. Em entrevista para a CARAS Digital, ela contou como foi sua trajetória, como enfrentou as críticas e o machismo na profissão.

Ana Thaís começou sua carreira no rádio, e em 2019, fez sua estreia como comentarista na TV Globo, na Copa do Mundo Feminina na França. Depois, ela acompanhou a Seleção Brasileira Masculina na Copa do Mundo do Catar, em 2022, também como comentarista. Agora, ela se prepara para mais uma Copa do Mundo Feminina, que acontece na Austrália e Nova Zelândia.

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Ela destaca que houve uma mudança significativa na cobertura dos jogos com a presença de mais mulheres. “Há quatro anos eu estava sozinha nessa como comentarista na TV Globo, e quatro anos depois nós temos um time muito grande, que está crescendo e não vai parar de crescer, com mais comentaristas, com narradoras, o que não tínhamos em 2019 e temos agora“, afirma.

Ela também ressalta que as mulheres se tornaram referências para falar de futebol, tanto o feminino quanto o masculino. “A TV Globo conseguiu com que a gente criasse a nossa própria história, e hoje nós também somos referências para falar de futebol, não só o feminino, mas também o masculino“, diz.

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Como lidar com as críticas e o machismo

Por ser uma das primeiras mulheres a ocupar um espaço de opinião no futebol, Ana Thaís teve que lidar com muitas críticas e comentários machistas. Ela revela que no início sofria muito e buscava aprovação nas redes sociais, mas que depois aprendeu a ignorar os haters. “Hoje, eu acho que o hater precisa mais de mim do que eu dele. Ainda sofro um pouco com as críticas, mas eu sei que tem críticas que são destrutivas e não construtivas, elas estão ali só para tentar silenciar a gente de alguma forma“, reflete.

Ela também conta que enfrentou resistência de alguns colegas de profissão quando se tornou comentarista. “Nunca foi tranquilo. Melhorou muito. Alguns resistiram, outros abraçaram a causa, mas eu acho que foi importante todo mundo entender que a gente não ocupa o lugar de ninguém, nós criamos o nosso, um novo espaço, que é para as mulheres, a gente não tomou o lugar de nenhum homem“, explica.

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Para ela, o que precisa melhorar para que mais mulheres conquistem espaço no jornalismo esportivo é ter mais mulheres. “A gente só vai conseguir melhorar quando tivermos mais de nós, e assim ter forças para combater esse ambiente mais tóxico do futebol, interno e externamente“, defende.

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