A Jovem Pan, emissora de rádio e TV, teve uma queda significativa em sua participação na publicidade oficial do governo federal nos primeiros seis meses do governo de Lula (PT), conforme demonstram dados oficiais. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a emissora foi uma das principais beneficiadas pelas verbas de publicidade federal, com contratos que totalizaram R$ 18,8 milhões, conforme divulgado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República.
Contudo, sob o governo de Lula, a história é diferente. A verba federal destinada à Jovem Pan nos primeiros seis meses de 2023 foi de apenas R$ 2.413, dirigida a uma rádio afiliada em Manaus para uma campanha de combate à tuberculose. A Secom, quando questionada sobre a exclusão da Jovem Pan dos planos de mídia do governo, limitou-se a dizer que suas decisões seguem normas e estudos técnicos apresentados pelas agências de publicidade.
Ao longo do governo de Bolsonaro, a Jovem Pan, que se alinhou ao ex-presidente e abrigou em sua programação discursos negacionistas durante a pandemia do coronavírus e defesas de um golpe de Estado, ficou na 12ª posição no ranking das empresas com mais verbas de publicidade federal.
A recente mudança de liderança na Jovem Pan, com Roberto Alves de Araújo assumindo o cargo de Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, mais conhecido como Tutinha, não parece ter influenciado a decisão do governo atual. Araújo expressou surpresa com a aparente exclusão da empresa das campanhas do governo, destacando que a Jovem Pan tem se mostrado eficaz na comunicação direta com o público.
Além disso, a Jovem Pan está sob investigação por parte do Ministério Público Federal de São Paulo por possíveis violações de direitos e abusos “resultantes da veiculação de conteúdos desinformativos sobre o funcionamento das instituições brasileiras” e com “potencial de incitar à violência e a atos antidemocráticos“.