Morre Zé Celso Martinez

Leo Filho
Leo Filho

José Celso Martinez, mais conhecido como Zé Celso, foi um dos maiores nomes do teatro brasileiro. Ele faleceu hoje (06/07/2023), aos 86 anos, em decorrência de complicações causadas por um incêndio em seu apartamento, em São Paulo. O dramaturgo estava internado no Hospital das Clínicas desde terça-feira (04/07/2023), quando sofreu queimaduras em mais da metade do corpo e inalou muita fumaça.

Zé Celso foi o fundador do Teatro Oficina, um dos grupos mais importantes e inovadores da cena cultural brasileira. Em sua trajetória, ele dirigiu e escreveu peças que marcaram época, como “O Rei da Vela”, “Roda Viva”, “Macumba Antropófaga” e “Bacantes”. Ele também foi um ativista político e social, defendendo causas como a liberdade de expressão, a diversidade sexual e a preservação do patrimônio histórico.

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O Teatro Oficina lamentou a morte de Zé Celso em uma postagem no Instagram, citando uma frase do próprio artista: “‘Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo’. Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito. Amor sempre”.

Além de Zé Celso, outras quatro pessoas ficaram feridas no incêndio que atingiu o apartamento do dramaturgo, no bairro do Paraíso. Entre elas, o marido de Zé Celso, Marcelo Drummond, os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt e o cachorro Nagô. Todos estão se recuperando bem.

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A importância de Zé Celso para a dramaturgia brasileira

Zé Celso Martinez foi um dos nomes mais importantes da dramaturgia brasileira, com uma carreira que se estende por mais de seis décadas. Nascido em Araraquara, em 1937, ele iniciou sua trajetória no teatro amador, na década de 1950, e logo se destacou pela sua criatividade e ousadia. Em 1958, ele fundou o Teatro Oficina, um dos grupos mais influentes e polêmicos da cena nacional, que se tornou um símbolo de resistência cultural e política durante a ditadura militar.

O dramaturgo é autor de peças que marcaram a história do teatro brasileiro, como Roda Viva (1968), O Rei da Vela (1967), Galileu Galilei (1975) e Macumba Antropófaga (1992). Suas obras são caracterizadas pela experimentação formal, pela crítica social e pela busca de uma linguagem teatral brasileira, inspirada na antropofagia de Oswald de Andrade.

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Zé Celso também foi um diretor inovador, que propõe uma relação dinâmica e interativa entre o palco e a plateia, rompendo com as convenções do teatro tradicional.

Zé permaneceu ativo até sua morte, dirigindo o Teatro Oficina e criando novas peças. Ele é considerado um dos maiores expoentes do teatro brasileiro contemporâneo, com uma obra que reflete a diversidade e a complexidade da cultura e da sociedade do país.

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