No Fantástico, Marcelo Drummond se declara para Zé Martinez: “o meu sol”

Leo Filho
Leo Filho

O Brasil perdeu um dos seus maiores nomes do teatro na última quinta-feira (06/07): José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. O diretor, ator e dramaturgo, que revolucionou a cena cultural do país com o seu Teatro Oficina, morreu aos 86 anos, vítima de um incêndio no seu apartamento em São Paulo.

Ontem (09/07), o Fantástico exibiu uma entrevista com Marcelo Drummond, marido de José Celso Martinez. Marcelo, que também ficou ferido no acidente, contou como foram os últimos instantes ao lado do seu amado, com quem viveu por quase quatro décadas. Ele se emocionou ao recordar a cena em que viu José Celso em chamas e tentou salvá-lo.

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Marcelo disse que sente uma dor imensa pela perda do seu companheiro, mas que também se sente grato por ter compartilhado tantos momentos felizes com ele. “Eu tive a sorte de viver esse amor com ele. Eu tenho certeza que ele está em paz, que ele está bem. Ele está vivo em mim e em todos que o admiravam”.

“É uma dor imensa. Inexplicável. A imagem dele. A última imagem dele. Pegando fogo. Eu apagando com a mão”, relembra Marcelo.

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As câmeras de segurança do prédio registraram o momento em que o fogo começou no apartamento do casal, por volta das 5h da manhã de quinta-feira. Marcelo acordou com uma explosão e correu para ver o que estava acontecendo.

“Eu acordei com uma explosão. (…) Um barulho enorme. Aí saí correndo do quarto, eu vi que estava enfumaçado. Eu fui na cozinha para ver, falei: ‘Alguém esqueceu, né? Uma panela acesa está fazendo isso?’. Eu vi que não era. Saí da cozinha e olhei dentro daquela coisa preta, aquela fumaça preta”, diz Marcelo.

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Ele viu Zé Celso caído no chão, em chamas, e tentou socorrê-lo. Mas as chamas se alastraram rapidamente e ele teve que sair do apartamento. Zé Celso foi resgatado pelos bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

Uma união de quase 40 anos

Marcelo e Zé Celso foram companheiros por quase quatro décadas, compartilhando a vida e a arte. Marcelo recebeu a equipe do Fantástico no Teatro Oficina, o lugar que Zé Celso mais amou e onde criou espetáculos memoráveis.

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Marcelo falou sobre a trajetória de José Celso, um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, fundador do Teatro Oficina e autor de obras como “O Rei da Vela” e “Macumba Antropófaga”. Ele destacou o amor que o dramaturgo tinha pela arte e pela vida.

“Ele transbordava amor, eu conheço o amor do Zé, isso é o que mais me orgulha”, afirmou Marcelo. “Ele era um gênio, um visionário, um revolucionário. Ele tinha uma energia incrível, uma alegria contagiante. Ele era o meu sol”.

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Marcelo também ficou internado por inalar muita fumaça, mas já recebeu alta. Ele voltou ao apartamento onde morava com Zé Celso e mostrou como ficou o local após o incêndio. Tudo foi destruído pelo fogo.

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